Meu filho, sozinho, não faz lição de casa. E agora?



O título desse texto retoma uma situação bastante comum que os pais vivenciam no seu cotidiano, pois muitas crianças e até mesmo adolescentes manifestam esse comportamento.
A fim de responder essa questão é fundamental levantar o histórico dessa situação, ou seja, como isso foi sendo "construído ". Isso é importante, pois indicará estratégias a serem adotadas para que progressivamente o estudante deixe de solicitar a presença de um adulto.
Sabe-se que crianças pequenas são mais propensas a pedirem essa ajuda, pois são iniciantes no trabalho pessoal que a escola solicita e por essa razão devem ser auxiliadas.
Isso pode ser feito, orientando a criança e lhe apresentando questões promotoras da ampliação da proposta da atividade, respeitando a capacidade de compreensão da criança e atenção ao interesse demonstrado pela mesma.
À medida que essa criança progride, ou seja, vai avançando, é importante que ela mesma já passe a se organizar: identificando quais atividades foram solicitadas e estimuladas a iniciarem a realização das mesmas, e sempre que possível, no mesmo horário e comunicadas que, se precisarem de ajuda, podem pedir.
É importante que seja reforçado a questão da necessidade de colaboração que a própria criança manifeste, pois quando o adulto já se coloca junto, antes de ser solicitado,pode provocar a ideia equivocada por parte da criança, que ela não seria capaz de fazer,sozinha, aquilo que lhe foi proposto.
Os pré-adolescentes além de estabelecerem sua rotina e se organizarem para realizar sua lição de casa e elaboração de trabalhos a serem entregues, com um prazo a ser atendido, devem ser incentivados a comentarem os conteúdos vistos com seus familiares, colaborando para tornar a aprendizagem dos conteúdos significativa.
Na adolescência, período no qual a capacidade de abstração é maior, deve ser incentivada a metacognição, os indivíduos deverão buscar a forma melhor de realizar suas atividades, sendo capazes de trocar a estratégia e técnica de estudo, sempre que necessário.
O adulto também estará colaborando ao apresentar leituras complementares, filmes que tenham relação com os temas vistos e outras atividades culturais indicadas para ampliação do conteúdo,evitando que seja restrito à classe.
Outro aspecto importante refere-se à prevenção do comportamento procrastinador, pois isso é uma das principais causas do não cumprimento de obrigações escolares e da desmotivação para estudar.
Uma das possibilidades para evitar a procrastinação, é a promoção do diálogo, tanto com crianças como com adolescentes, para que esses identifiquem quais situações favorecem seu comportamento procrastinador, pois assim, eles terão mais condições de evitá-lo.
Percebe-se que independente da faixa etária do estudante, ele deve ser incentivado a manifestar sua capacidade de saber aprender, acreditar no seu potencial e que, caso ele, realmente, precise de ajuda, terá .
Dessa forma, as crianças e adolescentes terão a responsabilidade e autonomia para fazer suas atividades.
Se mesmo com a aplicação das sugestões apresentadas aqui, o comportamento persistir, é indicado a procura de um profissional.

O que Aristóteles nos diria sobre o prazer em saber-aprender?


"A alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender mais." Aristóteles

Quando li essa frase, reconheci nela uma fonte de inspiração, mas em nosso cotidiano, frequentemente preenchido por inúmeros compromissos, passa a ser difícil o reconhecimento da ideia proposta por Aristóteles. Apesar disso, quando nos propomos a buscar o entendimento mais profundo daquela frase, percebemos o quanto ela é verdadeira. Podemos iniciar o entendimento , lembrando comentários afirmando que algumas alegrias são fruto de conquistas pessoais e essa proposta do filósofo grego, não é diferente. As situações de aprendizagem favoráveis promovem o prazer e motivação pelo saber aprender e nela o papel do professor/ mediador é fundamental, podendo ser favorecida com o uso de alguns critérios que compõe a Teoria da Modificabilidade Cognitiva, elaborada pelo psicólogo romeno Reuven Feuerstein , dos quais serão destacados : Competência Regulação e Controle do Comportamento A COMPETÊNCIA manifesta-se quando o indivíduo percebe que seu empenho na atividade que está realizando lhe trará resultados positivos e por isso, a sua persistência e perseverança se manterão firmes até a conclusão dessas , mesmos quando desafios maiores ocorrerem. Complementando viria o critério da REGULAÇÃO E CONTROLE DO COMPORTAMENTO, por ele, o indivíduo teria mais claro e inspirador o significado das palavras regulação e controle. O aprendente as entenderia como uma prática facilitadora da adequação do tempo, postura e estratégias às exigências de cada situação. Exemplificando : seriam prevenidos o não cumprimento de prazos para entregas de trabalhos escolares e a realização de outras tarefas do cotidiano, pois ele saberia que o comportamento procrastinador provoca redução da qualidade do resultado final daquilo a que propôs ou precisa fazer. Percebe-se então que indivíduos conscientes de sua COMPETÊNCIA e dos bons resultados trazidos pela REGULAÇÃO E CONTROLE DO COMPORTAMENTO, conseguirão alcançar a proposta da frase de Aristóteles, destacada no início deste artigo.


Claudia Cordeiro Pereira Mattos Taveira 

Pedagoga e Psicopedagoga

Estudar, sim, mas como?

Essa pergunta, certamente, já foi feita por uma boa quantidade de estudantes e portanto merece bastante atenção e cuidado para ser respondida. Para colaborar na elaboração da resposta, a referência a uma frase de Fábio Fernandes, escritor e palestrante, será de grande auxílio:

"ESTUDAR É A AÇÃO DE TENTAR APRENDER ALGO QUE NÃO SE SABE OU QUE SE DESEJA APRENDER."


Nessa frase, algumas palavras merecem destaque; que possuem relação e podem ser consideradas o tripé do saber aprender. O desejar pode ser considerado o grande início, pois traz consigo a energia fundamental da motivação e do envolvimento com um projeto a ser realizado, que no caso é estudar.


Além do desejar, outras ações para estudar são de grande valia ao aluno que deseja ter a melhor correspondência entre seu empenho e o resultado obtido: a orientação de estudos. A orientação de estudos consiste numa série de propostas que facilitarão de maneira significativa o processo de aprendizagem dos indivíduos: formas de organização pessoal, identificação de estilos e estratégias de estudo e técnicas para compreender melhor os textos, que contribuirão inclusive para otimizar resultados nas disciplinas de exatas. Além da orientação de estudos, a psicopedagogia traz sua contribuição, pois com o uso de técnicas diagnósticas serão reveladas as razões para um baixo rendimento escolar, apesar do empenho do indivíduo.


Estudar, tentar e desejar são elementos fundamentais para o processo de aprendizagem, manifestando-se mais facilmente quando as eventuais dificuldades do caminho são vistas como desafios e não como desculpas para deixar de percorrê-lo.


Claudia Cordeiro Pereira Mattos Taveira 

Pedagoga e Psicopedagoga